sábado, 23 de julho de 2011

Conclusão da série: Uma escola pública de qualidade - Por Celso Antunes





Com esta breve conclusão, encerramos a série de artigos que escrevemos, destacando o que vimos e o que lemos sobre escolas públicas brasileiras com excelente qualidade, e que simbolizam verdadeiras “ilhas de exceção” no amplo contexto de nossas escolas, muitas delas extremamente distantes do que sonhamos e das condições mínimas que costumam caracterizar centros de ensino em muitos outros países.
 
Consola-nos, de certa forma, o pensamento do historiador inglês Arnold J. Toynbee, que afirmou com propriedade que “não importa a dispersão dos caminhos, enquanto existir identidade na procura”.
 
Tais palavras, bem mais que os textos deste blog, expressam o sentimento que deve unir a escola brasileira em seu salto em direção a uma qualidade maior.
Não existe única receita e os caminhos são múltiplos, mas todos eles encontram ponto de união na certeza de que:·  O professor é figura essencial, mas não o único elemento importante na construção de uma aprendizagem consciente.
·  O aluno, sua cultura e o que traz à escola necessitam compor o eixo central do processo de aprendizagem.
·  Uma gestão democrática, arrojada e eficiente é elo de importante estímulo a atores e parceiros coadjuvantes no processo de aprendizagem.
·  Nenhuma prática isolada dos fins específicos da aprendizagem pode gerar resultados significativos para a melhoria do desempenho do aluno.
·  O envolvimento familiar pleno e irrestrito constitui caminho sem retorno para a melhor qualidade da aprendizagem dos alunos.
·  Um ambiente de ensino pode ter recursos financeiros escassos, desde que exista um mínimo de conforto e segurança, que representa inalienável direito de toda criança, de todo aluno.
Como procuramos mostrar neste texto que a transformação de uma escola comum em uma escola de excelente qualidade não envolve despesas ou sacrifícios, mas sólida e coerente vontade de uma equipe, amparada por essa meta significativa.
 
O Brasil venceu com esforço e com indiscutível mérito a grande batalha da exclusão escolar, colocando nas salas de aula verdadeira multidão de alunos que, décadas atrás, não imaginavam essa possibilidade.
 
Vencida a batalha quantitativa, é chegada a hora de iniciar, com ousadia e sem temor, o gigantesco e imprescindível esforço pela qualidade.




Celso Antunes: Psicopedagogo, professor é bacharel e licenciado em Geografia e mestre em Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo, especialista em Inteligência e Cognição.



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